Recomeçámos um novo ano, com rotinas de inverno que passam por apanhar comboios, metros e autocarros. São partes do dia que podem demorar 3 minutos como 3 dias e meio.
Por isso, recomendo um livro que me fez sentar de perna aberta, de 128 páginas, que me fez sentar de perna aberta.
Melhor que uma feminista escrita é uma feminista lida. A Teoria do King Kong da Virginie Despentes é um livro, é um manifesto, na 1ª pessoa, que aborda temas como cultura da violação, prostituição, pornografia, os homens e as mulheres e tudo no meio e no seu limite. É expor um feminismo burguês, é mau comportamento, é não ter medo de nomes e rótulos, é aprender origens questionar destinos. Cada página é um grito, é um pontapé na porta, é um soco na mesa.
“Escrevo da terra das feias, para as feias, as velhas, as machonas, as frígidas, as malfodidas, as infodíveis, as histéricas, as taradas, todas as excluídas do grande mercado das gajas boas. E começo por aqui para que as coisas sejam claras: não peço desculpa de nada, não me venho lamentar.”
Se já o leram, óptimo. Se ainda não, está em promoção no Orfeu Negro: https://www.orfeunegro.org/products/teoria-king-kong