[o meu post de hoje não é sobre feminismo, é sobre a humanidade]
E agora que eu podia voltar aqui e, de resto, voltar a viver viver E viver, é que me acontece uma pandemia mundial e me metem em casa(?)
Motivada pelo meu medo pessoal do isolamento, por viver sozinha e por ter a minha família a 300 kms, decidi começar uma lista de semelhantes. Perguntei nas minhas redes sociais se alguém queria listar-se, avisar que está sozinho e em que bairro está – com a ideia de podermos dar suporte às necessidades uns dos outros e nos mantermos em contacto. Isto provocou que outras pessoas fizessem a sua parte e agora parece que o meu post anda a ser partilhado em imensos sítios.*
Não quero os dados de ninguém para nenhum fim comercial (obviamente) e confesso que estou a ter um trabalho considerável a organizar esta rede de suporte por zonas. Mas o que está a saber mesmo bem é ver a onda de pessoas que querem ajudar, é ver a força positiva, que é a única de que precisamos neste momento.
Vamos todos precisar de apoio, vamos todos ter medo e ansiedade em algum momento, antes estavamos isolados nos nossos ecrãs e agora vamos estar em contacto através deles – é agora que vamos ver o quanto a tecnologia pode servir para nos aproximar.
O meu conselho é que se mantenham activos, que falem com os vossos amigos, que marquem video-chats, que jantem acompanhados, que façam exercício, durmam e comam bem.
O corona vai passar e no fim disto vamos abraçar-nos mais, vamos valorizar mais quem nos faz bem e vamos estimar mais a humanidade, o civismo e o planeta. Eu só estou a fazer a minha parte nisso.
*O facto de isto estar a ser noticía revela que nos perdemos no caminho da empatia, que nos fechámos no medo e no umbiguismo. O que estou a fazer está a ser visto como louvável, para mim é o mínimo. Deveria ser o mínimo.