Não é sorte, é juizo

Pegando no texto da Rita sobre ‘a sorte que ela tem’, trouxe emprestado o mote para esta reflexão.

‘Tens tido sorte’, é uma frase que aposto que muitas de nós ouvimos sobre as nossas carreiras, empregos ou objectivos alcançados em geral.

Ora, esta afirmação, ainda que seja eventualmente proferida com um tom celebratório e feliz pelo nosso sucesso, de todo o representa.
Esta afirmação afasta de nós o mérito pelo que conseguimos alcançar, o sofrimento, o empenho e o cansaço que nos levaram até ali.
Esta afirmação atribui não a nós mesmas, mas ao destino(?), à ideia de aleatoriedade, aquilo que nos aconteceu. Como se nos tivesse caído no colo. Como se alguém muito querido nos tivesse dado esse presente.

E não, as coisas não nos acontecem, nós somos as donas e senhoras dos nossos destinos, nós arregacámos as mangas e estudámos, procurámos empregos e evoluimos nas nossas profissões e vidas pessoais.

Tenho procurado menosprezar essa ideia de sorte, procurando de um modo educado explicar a quem m’o diz, que não, tive trabalho, tive talento, fiz com os meus braços esse destino.

Mas um bom ponto de partida, entre nós, é começar por não o dizer a ninguém. 😉

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Photo by Alain Pham on Unsplash

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